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A parceria entre escola, família e sociedade: o papel do gestor escolar

Como já sabemos, uma das ações mais importantes que podem existir na gestão escolar, são as parcerias, e, dentre elas, a parceria entre escola, família e sociedade é a que vamos destacar neste texto. Podemos dizer que esta é a chave para o bom desenvolvimento tanto dos alunos, quanto da escola.

O artigo 205 da Constituição Federal de 1988 diz: “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.  Ou seja, esta parceria além de fundamental para que um bom processo de educação se desenvolva, está prevista em nossa constituição. Por isso, a escola precisa trazer a família para sua rotina, e consequentemente as demandas sociais virão a ser absorvidas neste contexto, pois, escola e família, suportam e preparam as crianças para viver nesta sociedade, observando e atendendo as suas necessidades.

Muito além do conteúdo

Desta forma, estamos focando num conceito que vai muito além do comum da escola, conteúdos, processos de escolarização e avaliação, nós estamos concentrando também num desenvolvimento integral dos nossos alunos, nas competências e habilidades dos cidadãos que vão estar inseridos e conduzir a nossa sociedade no futuro, e, para isso, precisamos conhecer muito bem este ambiente, para saber quais as ferramentas e os melhores caminhos que podemos adotar para essa formação.

Para os nossos alunos, é fundamental conhecer a sua história, origens culturais, a constituição social da sua realidade, aspectos étnicos e religiosos, questões de gênero, dentre muitos outros.  Assim, é papel da gestão escolar promover estas mudanças e estes conhecimentos, além de trazer todos os recursos e fontes de conhecimento possíveis, abordando e envolvendo a família e sociedade. Somente assim, podemos promover o desenvolvimento de cidadãos plenos e preparados para lidar com todas as adversidades ao assumirem seu papel na sociedade.

Qual é o papel de cada um neste processo?

O que é papel da escola e o que é papel da família? E o que fica para a sociedade como um todo?

Isto, ainda é uma discussão muito recente, pois, por vezes, a família, defronte uma realidade de desestruturação da organização familiar, não tem essa clareza e coloca para a escola responsabilidades que na verdade são suas. Nós, os gestores, é que somos responsáveis por conduzir e clarear essas responsabilidades, precisamos de um domínio técnico e cautela para explanar e conduzir essa relação, estabelecendo um limite. Quando tratamos de valores, por exemplo, se a família não transmite uma base solida de educação em casa, os reflexos disso aparecem na escola, e, o nosso papel, não é corrigir isso sozinhos, terceirizando a educação familiar, e sim trazer a família para perto, orientar e devolver essa responsabilidade. Pois, na escola, convivemos com diferenças, temos pessoas com valores e formações distintas, é preciso respeitar o ponto de vista do próximo, o espaço e a liberdade de cada um, temos nossos direitos e deveres, é o mesmo que fazemos em nossas convivências social e profissional, a escola é um reflexo e ao mesmo tempo um local de preparação para a vida em sociedade.

Considerações finais

Enquanto gestores, jamais podemos permitir que a escola venha a substituir o papel da família, ou então, ditar algum padrão, pelo contrário, é preciso respeitá-los. Nosso papel é abordar diferentes realidades sociais e estimular e promover o respeito e a tolerância frente as diferenças dos valores humanos, abrir este leque de diversidades, as expor, estimulando o respeito e contando com o apoio da família.

Precisamos utilizar nossas reuniões pedagogias, reunião de pais, conselhos escolares, associações de pais de mestres e contemplar estes temas no projeto político pedagógico da escola, os trazendo para a nossa rotina. Enfim, precisamos buscar o diálogo, o transformando como a tônica do preparo dos nossos alunos para se tornarem cidadãos para a sociedade, aproximando as famílias, clareando os horizontes e as orientando, precisamos destacar o diálogo e promover as condições adequadas para que ele se consolide e seja de fato efetivo para o preparo dos nossos cidadãos.

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