Educação

Militarização das escolas públicas: você é a favor?

A polêmica

A discussão sobre militarização de escolas públicas está ganhando cada vez mais corpo, e, antes de emitirmos opiniões, é importante estudarmos com cautela quais os prós e os contras desta possibilidade. A ideia é pautada como alternativa para conter a indisciplina, bem como melhorar os resultados, baseado nos dados das escolas militares espalhadas pelo Brasil. No centro do debate educacional, a proposta foi uma das pautas da campanha eleitoral do atual Presidente. E hoje, o MEC tem a intensão de ganhar de forma voluntaria a adesão de estados e municípios ao modelo, que em contrapartida, ganharão a oferta de recursos para a sua implantação, em que militares e educadores compartilhem a gestão.

A diferença

O modelo de escolas cívico-militares propõem a divisão de responsabilidades da gestão entre militares, que cuidarão da administração e da disciplina, e os educadores, os responsáveis pelas questões pedagógicas. Este modelo diverge das escolas militares, que pertencem e são totalmente geridas pelo exército. O próprio regulamento das escolas militares afirma que elas se tratam de “organizações militares que funcionam como estabelecimentos de ensino de educação básica” e têm por objetivo de capacitar os alunos para ingressar em estabelecimentos de ensino militares, como as escolas de cadete, por exemplo.

O currículo é orientado por valores e tradições do Exército, tendo como meta possibilitar que o aluno incorpore valores familiares e patrióticos, bem como formar jovens autônomos e criativos. Vale lembrar que também existem escolas militares geridas pelo Corpo de Bombeiros ou pela Polícia Militar nos estados, com finalidades e objetivos semelhantes. Já as escolas públicas militarizadas possuem uma natureza diferente, pois estão sob a responsabilidade das secretarias estaduais ou municipais de educação e, funcionarão num sistema da gestão compartilhada entre militares e educadores.

O motivo

O principal argumento para incorporar militares à gestão de escolas públicas é a pacificação do ambiente escolar, que segundo pesquisas, estaria tomado pela violência, prejudicando o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos. Desta forma, a ideia central do governo promover um ambiente pacífico que propicie as condições para os processos de ensino e aprendizagem mais efetivos.

Prós e contras

Segundo muitos especialistas, existem os pontos positivos e negativos dessas implantações, dentre eles é a ideia da implantação da forte hierarquia e o controle disciplinar, característicos das estruturas militares, que podem promover um ambiente baseado em ordens e imposições, ao invés de fomentar a educação em valores. Especialistas afirmam que para educar, é necessário estimular a convivência respeitosa entre as pessoas, a formação de indivíduos autônomos, capazes de reflexão, crítica e escolha de valores em meio à diversidade, e não pautado em imposições e distribuições hierárquicas, já que a função da escola é a preparação do cidadão para a vida em sociedade civil.

Por outro lado, a receptividade da comunidade escolar em relação a escolas militares e o bom desempenho dos alunos destas instituições nas avaliações de desempenho, pesam a favor do modelo. Outros fatores muito citados por especialistas são que a retomada de valores e comportamentos que estavam abandonados, como o respeito ao professor, cantar o hino nacional e mais disposição dos alunos para acompanhar as aulas. Contudo, ainda existe o fator de quem os alunos de escolas militares, em sua maioria, concorrem a espécie de concurso, que passam de 100 candidatos por vaga para poderem estudarem nestas instituições, o que explica o alto rendimento nas avaliações.

Além destes aspectos, temos também a questão dos processos inerentes a gestão que precisam ser discutidos. São muitos os fatores que pesam a favor e contra esta implantação. E você, educador, qual a sua opinião a respeito?

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