Gestão Estratégica

As Experiencias e a Rotina do gestor Escolar: Gestão de Conflitos

Dentro da nossa discussão sobre o cotidiano do gestor escolar, uma situação muito comum de acontecer, que demanda bastante atenção, são os conflitos que acontecem rotineiramente no ambiente escolar, seja entre o gestor e sua equipe, entre os membros da própria equipe, ou entre pais e professores, por exemplo. Então, é necessário ter clareza de que isso vai acontecer e do que precisa fazer para mediar estes conflitos.

Costumo brincar que todos os problemas acabam na porta do gestor, e, qualquer conflito que ocorra na sua instituição, até o simples fato de um membro dar a entender que tem uma relevância maior do que seu colega dentro da estrutura ou dos processos da instituição, pode se tornar um problema muito maior do que é de fato, se não houver uma intervenção adequada e no momento certo.

A primeira dica que dou, já é uma velha conhecida nossa, buscar recursos, informações e até mentorias com outros gestores, afinal, quem já viveu determinada situação, sabe quais os possíveis caminhos e decisões a serem tomadas, mesmo que em diferentes contextos, uma opinião de alguém mais experiente, ajuda a clarear as ideias. Isso também é o que chamamos de inspiração em cases de sucesso, não necessariamente com gestores da mesma área que a nossa, a Educação, mas justamente o fato de buscar informações novas, com outras pessoas de outras realidades, contribui com a nossa inspiração.

Outro ponto muito importante, é tomar a sua decisão pautado em diferentes pontos de vista, mas, no mínimo três, contemplando a sua percepção da situação, mas também levar em conta, de maneira equilibrada, os dois lados do conflito em questão. Todo o cuidado é pouco neste momento, pois, esta percepção precisa ser muito imparcial, já que uma possível tendência que o gestor possa a ter neste momento, pode atrapalhar e muito na sua decisão. Portanto, faça prevalecer o senso de justiça, ouça de maneira independente ambos os lados, tenha um olhar clínico e holístico sobre a situação, esses passos são de suma importância.

Mas, está não é uma ação simples, pois, somos seres humanos, temos emoções e estamos envolvidos diretamente no processo, portanto, a segunda dica é: seja um bom ouvinte. Ouça, apenas ouça, no calor do momento, não se manifeste, aquele é o momento de ouvir e ponderar, por mais que pareça difícil, se controle. Após ouvir os dois lados do conflito, o gestor deve se retirar do processo, sair da situação e analisar os fatos como um elemento externo. Se possível, converse com outras pessoas envolvidas na situação, pondere, e, só então, tome uma decisão, contemplando todos os pontos de vista que você ouviu, incluindo o seu. O próximo passo, é definir como você comunicará as partes sobre a sua mediação, se chamará ambos para uma reunião, ou se terá conversas separadas. E isso, o gestor deve decidir pautado na sua experiência e na percepção sobre a gravidade da situação.

O momento mais importante deste processo, é o fechamento do da situação, é o que chamamos de “amarrar as pontas”. Certifique-se de que o conflito seja encerrado ali, para que não haja conversas nos corredores no dia seguinte, e, se por ventura isso acontecer, retome o assunto e seja mais firme quanto ao seu fechamento. Quanto mais tempo o conflito circular, maiores são as proporções que ele pode tomar.

Por fim, quero abordar mais uma situação delicada e que ocorre com certa frequência. Possivelmente, um dos lados pode se sentir injustiçado com a decisão e sair frustrado deste momento, mas, isso é normal, afinal, se houve o conflito, é pelo fato de que ambos os lados acreditam que estão certos. Nesse caso, não há muito o que fazer, pois se a sua decisão foi justa e imparcial, apenas encerre o assunto e prepare-se para o próximo conflito, pois ele vai aparecer.

Estas reflexões, são baseadas na minha percepção e na minha vivencia como gestora ao longo da minha carreira, mas, elas devem servir apenas de modelo de inspiração para você. É fundamental que você, gestor, ao longo do tempo, desenvolva a sua forma de receber, trabalhar e resolver os conflitos que certamente aparecerão na sua trajetória profissional, que são condizentes com a sua personalidade e o seu modelo de gestão.

Então, se você tem uma maneira diferente, efetiva e quer nos dar algumas contribuições, deixe seu comentário e compartilhe conosco a sua opinião, ela é muito bem-vinda!

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